Em
um prédio cercado pela polícia no centro, uma mulher faz refém
três pessoas. Ela se chama Roberta e tem problemas psicológicos.
Com uma faca ela ameaça as pessoas, olhando pra ela pode-se ver que
ela está atormentada. A polícia invade o local, eles tentam
conversar com Roberta, ela está muito agitada. Os policiais chegam
pouco a pouco perto dela, quando um policial que está à direita a
distrai, os dois que estão a frente dela a agarram. Ela se debate,
sua mão, a que estava segurando a faca, escapa dos braços dos
policiais e estoca a faca no peito de uma das reféns, que cai
ensanguentada no chão. Os policiais a rendem e a levam presa. Eles
também tentam socorrer a mulher esfaqueada, mas ela não resiste e
morre pouco tempo depois.
Em
julgamento, Roberta foi declarada psicologicamente incapaz de
compreender seus atos e foi internada em um hospital psiquiátrico.
Cinco
anos após o ocorrido, Roberta é declarada curada. Inocentada do
ocorrido, ela volta à sociedade. Não possuía família, entretanto
nesses cinco anos um dinheiro ficou parado em sua poupança, o
suficiente para recomeçar. Roberta alugou um apartamento, e alguns
dias depois conseguiu um trabalho como secretária em um escritório
de contabilidade. Aos poucos a vida foi se encaixando no cotidiano.
Algumas
semanas depois Roberta começou a receber flores de um admirador
secreto. Isso a animava e lhe dava esperança. Ele pediu um encontro,
em um restaurante não muito longe de onde ela trabalhava. “Por que
não?”, pensava ela.
Foi
ao encontro e conheceu Eduardo, um rapaz alguns anos mais velha que
ela, alto, educado, parecia uma ótima pessoa. Eles conversaram por
algumas horas, se divertiram e, no fim da noite, ele lhe pediu seu
telefone para marcar um novo encontro. Eles saíram novamente e
novamente. Tornaram-se íntimos, e logo começaram a namorar. Ele a
levava em lugares ótimos: restaurantes, cinemas, teatros, e
a tratava como a
uma princesa.
Alguns
meses depois, em uma
bela noite, Roberta estava em seu apartamento com Eduardo, eles
assistiam a um filme romântico. Ao fim do filme Eduardo a deu um
beijo e a levou para a cama. Eles fizeram amor, e ao fim Roberta se
sentiu bem, sentiu que sua vida finalmente estava completa, e então
adormeceu.
Ao
acordar, Roberta
não sente
Eduardo ao
seu lado na
cama, ela se virou e ele está
sentado em uma cadeira, entre a porta e a cama, segurando um
revólver.
-
O que está acontecendo? – Disse Roberta.
-
Você se lembra daquela tarde em que você fez refém três pessoas?
-
Sim, eu me lembro, e infelizmente nunca vou esquecer.
-
Você se lembra que esfaqueou uma mulher naquele dia?
-
Hã? Sim, uma mulher foi esfaqueada, só que eu não tive culpa,
estava louca! Eu não queria machucar ninguém, afinal, eu passei
aqueles anos no hospital por isso.
-
Bem, isso foi o que eles disseram, que você estava psicologicamente
instável, que tinha surtado. Bem, uma mulher foi morta naquele dia,
e nada a respeito foi feito.
-
Por que você está dizendo essas coisas Eduardo? – Disse Roberta,
já aos prantos.
-
Aquela mulher que você matou se chamava Erica, eu a namorei por seis
anos. Estávamos noivos e eu descobri alguns dias antes que estava
grávida, ela teria um filho meu, você não apenas matou minha
mulher como matou meu filho também.
-
Eduardo, acalme-se. Aquilo foi uma desventura, não sabia o que
estava fazendo, nem sequer lembro o porquê ou como eu cheguei lá.
-
Você tirou minha felicidade, tirou minha razão de viver, chegou a
hora de pagar!
Os
olhos de Eduardo começam a lacrimejar enquanto ele aponta a arma
para Roberta, que grita suas últimas palavras…
-
MAS EU TE AMO!
Dois
tiros, um no
peito
e
outro na
cabeça.
O
sangue
de
Roberta
escorre pela cama e
seus olhos se fecham lentamente.
Eduardo começa a rir e chorar, se ajoelha, coloca
a arma na boca e realiza um último
disparo.